José Alberto Carvalho começa por usar uma imagem usada por Pedro Tadeu onde se pode ver um vídeo original da TVI, usado pela RTP informação para uma reportagem e repescado pelo DN. Isto serve de mote para as dificuldades de mercado no jornalismo. José Alberto Carvalho apresenta dados estatísticos que apontam que no final do ano o mercado estará semelhante da 1997.

A visão dos “programadores quando falam em conteúdos apresentam-nos como algo natural como o ar que respiramos” mas o que preocupa o diretor de informação da TVI é quem produz esses conteúdos? Qual a melhor forma de produzir esse conteúdo? Estes aspetos são fundamentais porque deles depende o futuro da informação e do jornalismo. Linhas de programação já não fazem sentido na nova forma de consumo de conteúdos. E nesse sentido a imprensa ganha vantagem sobre a TV porque os motores de indexação e pesquisa estão vocacionados para a pesquisa de texto e não de análise de vídeo.

Depois de Gutemberg e de Marconi vivemos na era de Tim Berners-Lee, o inventor do hipertexto.

Vivemos numa era das fontes de acesso direto. Os jornalistas acabam por ser “escravos” das fontes. Essa realidade permite aos cidadão aceder a informação direta às fontes. Mas isso não dispensa o papel dos jornalistas, José Alberto Carvalho, destaca que na verdade é o momento em que o papel do jornalista é mais importante.

Vivemos num paradoxo. Quando se cria um produto novo é completamente diferente de readaptar um redação  já existente. Os jornalistas quando entram em determinado meio moldam-se a esse meio e à sua linguagem especifica. Mas na verdade os telespetadores já não ficam sentados e concentrados durante todo o telejornal. Esta realidade mudou e é preciso que os profissionais, moldados a uma realidade desadequada, se reformatem para esta nova realidade. Para exemplificar a necessidade de mudar de paradigma José Alberto Carvalho pergunta quantas pessoas nesta semana gastaram mais de 10€ em produtos de informação, apenas 3 pessoas no auditório o fizeram. É com este exemplo que conclui que empresas de 2012 não podem existir num mercado como o de 1997. É necessário repensar o modelo de negócio do jornalismo.

Tendo em conta que o dinheiro é o mesmo onde estão as pessoas? Houve uma deslocalização para os canais por cabos, pagos, para o youtube com publicidade antes ou durante o vídeo. E a publicidade? A mudança do modelo “apresentação” para o modelo “por clique”. E esta publicidade já não paga o jornal afirma José Alberto de Carvalho reiterando as declarações de Henrique Monteiro.

A atenção dedicada às novas plataformas cria “mitos urbanos” e boatos sem confirmação que muitas vezes são re-divulgados nas redes sociais sem regras de citação, sem confirmação, criando muitas vezes informações falsas que muitas vezes são aceites como verdadeira e que no mínimo fazem com que se perca a atenção da informação verdadeira, confirmada e citada.

A simplicidade de funções na comunicação que existia antigamente já não se verifica quando os consumidores são simultaneamente produtores.

Falamos de multiplicidade de ecrãs e quando vemos temos o mesmo vídeo independentemente de cada meio ter codecs e configuração diferentes. “O conteúdo é independente da plataforma? Não” conclui José Alberto Carvalho. É preciso saber o que as pessoas querem onde querem, adverte. Para ver vídeo num iPad preciso de phones caso contrário não posso ouvir o audio. Cada meio tem a sua especificidade, cada meio tem a sua utilização e é preciso pensar o modelo de negócio para essas características e hábitos de consumo.

José Alberto Carvalho adverte para a falta de dados de hábitos de consumo. Qual a atenção dáda à web, a que horas se acede mais em cada plataforma e em cada tipo de conteúdo. É importante ter acesso a esses dados para se perceber qual a nova periodicidade, como deve ser feita a atualização. Estes novos dados dos novos públicos são fundamentais para se perceber quis os conteúdos e que tipologia.

Termina destacando como a tecnologia facilita e torna mais barata as transmissões nomeadamente a utilização de 4g para os diretos de vídeo. Um esemplo do caminho de futuro. Destaca ainda a aplicação da TVI e TVI24 para os vários software de dispositivos móveis. Muito ainda numa logica de reciclagem. reutilização e redução.