Henrique Monteiro fala das narrativas digitais e que os dispositivos móveis são a maior revolução desde Gutemberg. O mobile como substituto do papel não só na leitura mas também na principal oferta de informação. Destaca também as velocidades de download, e o que o futuro trará com as redes 4g.

O grupo Impresa foi pioneiro em Portugal e é de quem mais vende na Apple Store. Cerca de 10% do Expresso é vendido na Apple Store. No caso da Visão a quota de mercado das vendas para iPad são também de 10%, uma fatia importante.

A visão de mercado para os dispositivos móveis é diferente da que foi tida para a web. Na altura em que a publicação na web surge os jornais tinham 75% do seu financiamento pela publicidade e 25% e preço de capa. Como os custos de produção para a web eram baixos decidiu-se tirar o preço de capa na publicação on-line. Com as sucessivas crises e com a passagem da publicidade on-line para clique e não por visualização torna a web uma plataforma não rentável para o jornal. Atualmente com crise, a erosão das vendas com uma queda acentuada da publicidade de cerca de 27% em 2011 e 29% em 2012. Isto torna os jornais insustentáveis seguindo o modelo de negócio tradicional.

O atual parque mobile ainda é pequeno mas o futuro aponta que as vendas no futuro serão focadas mais nas plataformas mobile que em papel.

O problema da comunicação é que muitas vezes queremos comunicar algo mas a mensagem que passa é outra. Isso implica que a sermos obrigados a alterar as estratégias de comunicação e produção. Num exemplo de paginação de uma revista surgem a necessidade de perceber as vantagens ou desvantagens da leitura “quebrada”. Se inicialmente a leitura é linear atualmente as leituras são “quebradas” com uso a caixas (no papel ou PDF) ou hiperlinks (no digital). Os momentos “já agora” enriquecem a leitura e servem para captar a atenção do leitor. No entanto servem também para dispersar a atenção do leitor.

Henrique Monteiro defende que nas narrativas digitais a experiência de leitura deve ser linear. Com uso a estas plataformas os elementos em destaque passam a ser integrados linearmente na mensagem de texto. Ler um texto e  seguir vendo o vídeo e voltar à leitura do texto de forma linear. As novas “estórias” contadas nos ecrãs móveis devem ser integradas com informação à margem e respeitando o arco da narrativa.

O texto é a “espinha dorsal” das “estórias”. O vídeo e a melhor forma de demonstrar acção e de levar os leitores para os locais. O vídeo serve para apresentar as personagens e cenários e fazer avançar rapidamente a acção da narrativa. A fotografia é uma forma poderosa de apresentar as emoções, especialmente se apresentada com audio. Servem para as personagem falarem na primeira pessoa (fotografia mais audio) O audio sozinho perdeu o seu relevo. As infografias devem ser usadas para completar as diferenças e evitar redundância. Planear o roteiro da reportagem definindo à partida quais os elementos que devem ser usados e em que situações.

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